Panetone, peru… e azia? Como evitar !

As festas de fim de ano costumam trazer uma combinação clássica: horários irregulares, pratos mais pesados, bebida alcoólica e longas horas de confraternização. Para o aparelho digestivo, porém, esse cenário pode se tornar um desafio.

Quando há exagero alimentar, o estômago precisa produzir mais ácido para dar conta da digestão. “Esse excesso facilita o retorno do conteúdo para o esôfago, e aí surgem sintomas como queimação, azia e regurgitação.

A lentidão do esvaziamento gástrico após grandes refeições também favorece o estufamento típico dessa época. Quem convive com gastrite ou refluxo precisa redobrar o cuidado, especialmente porque as ceias costumam ocorrer tarde da noite. O ideal é
respeitar um intervalo mínimo de duas horas entre comer e deitar.

Alguns itens da ceia podem agravar o refluxo por relaxarem o esfíncter esofágico inferior. Entre eles estão frituras, empadões, massas muito gordurosas, queijos amarelos, embutidos e molhos ricos em tomate. Vinhos e até a menta podem ter o mesmo efeito em pessoas mais sensíveis.

Álcool e intoxicações alimentares: o outro lado das celebrações

O consumo exagerado de bebida alcoólica é outro fator de risco comum em dezembro. Tanto bebidas destiladas quanto fermentadas podem inflamar o pâncreas, causando pancreatite — uma dor intensa, em faixa, que pode irradiar para as costas. Além disso, o álcool contribui para o acúmulo de gordura no fígado.

Se a pessoa bebe pela manhã para melhorar a ressaca ou se irrita quando alguém questiona seu consumo, já há sinais de que é hora de rever hábitos.

Também aumentam no verão os casos de intoxicação alimentar. Muitas ocorrências estão relacionadas ao armazenamento inadequado ou ao descuido após a abertura das embalagens. O médico lembra que a validade impressa no rótulo só vale enquanto o produto estiver fechado. Depois que a embalagem é aberta, o prazo muda completamente,
e muita gente esquece disso. Deixar alimentos por longos períodos fora da geladeira e depois tentar refrigerá-los novamente também eleva o risco de contaminação.

O básico segue valendo: lavar bem as mãos, higienizar alimentos e mantê-los cobertos para evitar insetos.

Para quem já exagerou, comer devagar e evitar grandes volumes de líquido imediatamente após a refeição pode ajudar. Isso porque o excesso de bebida dilui o suco gástrico e torna a digestão mais lenta. Mesmo assim, sintomas como dor abdominal forte, febre, vômitos
persistentes ou diarreia exigem atenção médica imediata, especialmente em idosos, crianças e pessoas com imunidade reduzida.

Encontrar equilíbrio nas festas não significa abrir mão das tradições, apenas cuidar para que o corpo acompanhe o ritmo das celebrações.

Pequenas atitudes podem garantir que a festa seja lembrada pelo encontro, e não pelo desconforto do dia seguinte.

Fonte: Dr. Jean Tafarel, gastroenterologista dos hospitais São Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru

 

Inscreva-se

Nossos colunistas

475 POSTS
1757 POSTS

Colunas

Férias de Verão exigem atenção à saúde dos olhos

Exposição ao sol, uso prolongado de telas, ambientes climatizados...

Alerta para esses medicamento

A população idosa é mais vulnerável a certos medicamentos,...

Saiba o que a falta de proteína pode causar no seu corpo

A proteína é um dos macronutrientes essenciais para o...

Check-up vacinal para começar 2026 em dia

Todo começo de ano traz aquele impulso de “cuidar...

Artigos populares

Argentina e Japão estão entre destinos mais vantajosos para brasileiros

A Argentina, principalmente, está com o câmbio muito mais...

6 práticas para entrar em 2026 com leveza e propósito

O corpo registra histórias, crenças, limites e possibilidades. Ele...

Aproveite as delícias Natal e Réveillon sem culpa

As ceias de Natal e Réveillon costumam vir acompanhadas...

“Horizonte de Quéops: Viagem ao Antigo Egito”

"Horizonte de Quéops: Viagem ao Antigo Egito" surge como...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui