Nossos olhos exigem cuidados específicos durante o verão. Várias doenças oculares podem ser desencadeadas pela maior exposição à luz solar e, consequentemente, à radiação ultravioleta. O uso de óculos de sol de baixa qualidade ou sem proteção UV pode aumentar o risco de problemas oculares. Por serem escuras, as lentes dilatam as pupilas, permitindo a entrada de mais luz, e sem nenhuma barreira contra os efeitos nocivos.
Os danos provocados pelos raios UV são cumulativos e aceleram o processo de envelhecimento tanto dos olhos, aumentando o risco de doenças que podem levar à perda de visão, como a catarata e a degeneração macular, quanto da pele ao seu redor, ocasionando rugas, flacidez e manchas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a exposição à radiação UV como a causa de cerca de 10% dos casos de cegueira por catarata em todo o mundo, o que equivale a 1,5 milhões de pessoas. Também há risco de outras doenças: câncer de conjuntiva e de pálpebra, pterígio, fotoceratite, conjuntivite e fadiga ocular.
Óculos de sol são mandatórios, mas são precisos alguns cuidados para serem adquiridos produtos que não façam mal à saúde e garantam proteção e conforto total. Confira algumas dicas:
1. Compre óculos de sol com proteção UV certificada
Não adquira óculos de procedência duvidosa – busque óticas e lojas confiáveis e invista em produtos originais de marcas que priorizam qualidade e segurança. Os óculos devem ser acompanhados de livreto com informações técnicas e selo de certificação pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Você pode solicitar à ótica a realização de um teste da capacidade de bloqueio UV das lentes com equipamentos específicos a fim de garantir a melhor qualidade e proteção.
2. Fique atento ao nível de proteção
Nem todas as lentes, mesmo as certificadas, impedem totalmente a passagem dos raios ultravioleta. Procure as discriminadas como UV400 – isso significa que elas bloqueiam todo o espectro de comprimento de ondas da radiação UV presente na terra, que vai de 280 a 400 nanômetros (nm). Esse é o padrão recomendado pela OMS.
Algumas lentes são classificadas como “100% de proteção UV”, mas, de fato, só protegem da radiação contida na faixa entre 355 nm e 380 nm, o que significa que parte dos raios nocivos consegue alcançar os seus olhos. E não são poucos, uma vez que aproximadamente 40% da radiação solar UV que alcança a Terra está na faixa entre 380 e 400 nm.
3. Escolha lentes que reduzem o ofuscamento
A visibilidade é muitas vezes comprometida sob a luz solar. O brilho excessivo, proveniente do reflexo dos intensos raios de sol do verão em diferentes superfícies, ofusca a visão, o que dificulta a distinção de cores e formas. Os óculos de sol convencionais não resolvem o problema. A melhor solução são as lentes polarizadas.
Não esqueça: óculos de grau também devem ter proteção
As lentes graduadas transparentes também devem contar com a proteção UV400, pois os raios UV constituem uma ameaça aos olhos mesmo em dias nublados, já que conseguem atravessar as nuvens. A saúde ocular é algo a ser pensado também a longo prazo e, por isso, a proteção deve ser diária e em todas as condições de luminosidade.