A peça conta a história real de Mary Shepherd, uma senhora inglesa acumuladora que, na década de 1970, morava em uma van e sempre estacionava o veículo no bairro de Camden Town, no subúrbio de Londres. De tempos em tempos, ela para sua van na frente de outra residência no mesmo bairro. E, por conta de seus hábitos poucos sociáveis, quase todos os vizinhos eram hostis com ela.
O único que a tolera na vizinhança é o escritor Alan Bennett, que permite que a idosa use o banheiro dele ocasionalmente. Após algum tempo, os moradores conseguem que a prefeitura proíba que qualquer carro fique estacionado permanentemente no bairro, obrigando a Sra. Shepherd a sair da região. Revoltado com a situação, Alan deixa que ela estacione na garagem dele.
O diretor ainda conta que a ideia de montar o espetáculo é um sonho antigo de Nathalia Timberg. “A Nathalia tem esse texto há mais de 15 anos e, quando nós fazíamos a peça 33 Variações, em 2016, ela me contou sobre a vontade de montá-la. Com pandemia de Covid-19, ela ficou cinco anos longe do palco e, então, me ligou dizendo que gostaria de finalmente retomar o projeto – possivelmente seu último trabalho”, revela.
Sobre a encenação, o diretor revela que não tentou atualizar o texto para os nossos dias, mas procurou fazer um paralelo com o realismo fantástico, seu trabalho de pesquisa. “Toda a encenação, a parte plástica do espetáculo, tem a influência dessa estética, que é muito mais comumente vista na literatura e no cinema. E o realismo fantástico nada mais é do que o realismo distorcido, que é um pouco como a nossa vida”, acrescenta.
Serviço
A Mulher da Van, de Alan Bennet
Temporada: 16 de agosto a 15 de setembro*
De quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 18h
*No dia 14 de setembro não haverá apresentação
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195, Pinheiros
Ingressos: R$ 70 (inteira), R$ 35 (meia-entrada) e R$ 21 (credencial plena)
Venda online em sescsp.org.br
Classificação: 12 anos
Duração: 100 minutos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Crédito foto: Priscila Prade