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A Verdade da Dieta Anabólica: Benefícios e Riscos que Você Precisa Conhecer

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A dieta anabólica promete benefícios impressionantes, como a maximização da queima de gordura e o ganho de massa muscular. No entanto, como qualquer abordagem nutricional, ela não está isenta de riscos. O nutrólogo Dr. Ronan Araujo, explica detalhadamente os perigos potenciais dessa dieta, com uma visão equilibrada e embasada, para informar e orientar melhor aqueles que consideram adotar esse estilo de alimentação.
O que é a dieta anabólica?

A dieta anabólica é uma variação cíclica da dieta cetogênica, caracterizada por períodos alternados de baixa ingestão de carboidratos e alta ingestão de carboidratos. A premissa básica é utilizar gordura como principal fonte de energia na maior parte do tempo, com “refeeds” de carboidratos para reabastecer o glicogênio muscular e estimular a síntese proteica.
Existem benefícios?

Queima de gordura: A dieta anabólica força o corpo a utilizar gordura como fonte primária de energia, o que pode resultar em perda significativa de gordura corporal.

Preservação de massa muscular: A alternância entre baixo e alto consumo de carboidratos ajuda a manter e até aumentar a massa muscular, tornando-a popular entre atletas e fisiculturistas.

Estabilidade energética: Muitos adeptos relatam níveis de energia mais estáveis e menos fadiga, uma vez que o corpo se adapta a usar gordura como combustível.

Riscos potenciais da dieta anabólica

Desequilíbrio nutricional: A restrição severa de carboidratos pode levar à deficiência de nutrientes vitais presentes em frutas, vegetais e grãos integrais. Estudos indicam que dietas muito baixas em carboidratos podem ser pobres em vitaminas como a vitamina C e minerais como o potássio e o magnésio, essenciais para várias funções corporais. A ingestão inadequada de fibras também pode resultar em problemas digestivos.
Efeitos colaterais iniciais: Durante a fase de adaptação inicial, conhecida como “gripe cetogênica”, os indivíduos podem experimentar sintomas como fadiga, dores de cabeça, náuseas e irritabilidade. A mudança abrupta na fonte de energia pode resultar em uma sensação de cansaço e diminuição do desempenho físico, especialmente nos primeiros dias da dieta.
Impactos no colesterol: A dieta anabólica é rica em gorduras, incluindo gorduras saturadas. Estudos mostram que o consumo excessivo de gorduras saturadas pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, elevando os níveis de colesterol LDL (o colesterol “ruim”). Embora algumas pessoas possam ver uma melhora no perfil lipídico, outras podem experimentar um aumento significativo nos níveis de colesterol LDL, o que pode contribuir para a formação de placas nas artérias e aumentar o risco de ataques cardíacos e derrames.
Cuidados com rins e fígado: O aumento da ingestão de proteínas pode sobrecarregar os rins, especialmente em indivíduos com função renal comprometida. A alta carga proteica pode exigir que os rins trabalhem mais para excretar produtos do metabolismo proteico, potencialmente agravando condições renais pré-existentes. Embora rara, a cetoacidose é uma condição perigosa em que há uma produção excessiva de corpos cetônicos, levando a uma acidificação do sangue. Esse risco é mais pronunciado em indivíduos com diabetes tipo 1.
Sustentabilidade a Longo Prazo

A dieta anabólica pode ser difícil de manter a longo prazo devido à sua restrição severa de carboidratos e à necessidade de ciclagem de macronutrientes. A adesão a longo prazo é um desafio significativo, e muitos podem encontrar dificuldade em seguir a dieta estritamente. Seguir a dieta em situações sociais e durante viagens pode ser desafiador. A disponibilidade de opções alimentares adequadas é limitada, e a necessidade de planejar refeições cuidadosamente pode tornar a dieta impraticável para muitos.
Quem pode fazer a dieta anabólica?

Ideal para aqueles que desejam maximizar a queima de gordura e manter ou aumentar a massa muscular, como atletas e fisiculturistas, beneficiando-se do ciclo de carboidratos para desempenho atlético e recuperação.

E também pessoas com metabolismo mais flexível, que conseguem alternar facilmente entre fontes de energia (gordura e carboidratos) podem achar a dieta anabólica mais fácil de seguir.

Aqueles sem condições médicas pré-existentes significativas e com boa saúde geral podem se adaptar melhor aos rigores desta dieta.
Para quem a dieta anabólica não é indicada

Pessoas com problemas renais: O alto teor de proteínas pode sobrecarregar os rins, especialmente em indivíduos com doença renal.

Indivíduos com diabetes tipo 1: O risco de cetoacidose é mais elevado, tornando a dieta potencialmente perigosa sem supervisão médica rigorosa.

Pessoas com distúrbios alimentares: A natureza restritiva da dieta pode exacerbar comportamentos alimentares desordenados, não sendo recomendada para quem tem histórico desses distúrbios.

Indivíduos com hipotireoidismo: A dieta pode afetar negativamente a função da tireoide, sendo prejudicial para pessoas com essa condição.
“Embora a dieta anabólica possa oferecer benefícios significativos para perda de gordura e ganho muscular, é crucial estar ciente dos potenciais riscos e desafios. Consultar um profissional de saúde, é essencial antes de iniciar essa dieta. O acompanhamento regular e a personalização da dieta podem ajudar a minimizar os riscos e maximizar os benefícios, garantindo uma abordagem equilibrada e segura para a saúde e o bem-estar.”. Conclui o Dr. Ronan Araujo.

Fonte: Dr. Ronan Araujo – Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia).

 

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