Início Saúde Coluna – Sentir dor não é normal

Coluna – Sentir dor não é normal

0

A coluna vertebral desempenha um papel fundamental na sustentação do corpo, na proteção da medula espinhal e na realização dos movimentos do dia a dia, sendo uma das áreas mais vulneráveis ao acometimento de dores crônicas e disfunções comprometendo a mobilidade.

Cada vez mais, o tempo de uso de telas, o estresse crônico e as posturas inadequadas têm afetado a coluna de pessoas sem distinção de idade. A estimativa é que cerca de 80% da população mundial terá, ao menos uma vez na vida, algum episódio de dor nas costas ou lombar.

A dor cervical, popularmente conhecida como dor no pescoço e a dor lombar ou lombalgia estão entre as queixas mais comuns na população adulta.

Embora sejam frequentemente vistas como problemas simples, elas podem afetar de forma significativa o sono, o humor e a capacidade de realizar atividades diárias, sendo uma das principais causas de incapacidade, com impacto não somente físico, mas emocional, social e econômico.

Tanto a dor cervical quanto a lombalgia estão relacionadas com posturas corporais inadequadas, com o sedentarismo, com a sobrecarga física, ou fazendo parte do processo de natural de envelhecimento acometendo a coluna, a musculatura, os nervos, entre outros.

Em alguns casos, a dor pode se tornar crônica mas também esconder problemas mais sérios, como compressões nervosas, hérnias de disco, tumores, ou disfunções nas articulações da coluna.

Na maioria dos casos, o objetivo do tratamento deve ser sempre o de restaurar a qualidade de vida do paciente com o menor impacto possível. Dessa forma, o tratamento é conservado com uso de analgésicos convencionais, analgésicos musculares, analgésicos mais potentes, medicamentos neuromoduladores, antidepressivos com ação analgésica, fisioterapias, orientações posturais, dentre outras medidas, e que geralmente costumam resolver o quadro de dor e de incapacitação.

No entanto, pacientes com dores persistentes (crônicas), que não respondem ao tratamento clínico e reabilitativo, ou que apresentam sinais de acometimento neurológico, podem se beneficiar de abordagens mais avançadas, como bloqueios anestésicos, procedimentos percutâneos efetuados com tecnologia por radiofrequência, ou em casos selecionados e de maior risco para a pessoa, cirurgia minimamente invasiva, ou até cirurgias mais extensas como procedimentos vídeo-assistidos (cirurgia endoscópica), descompressões e artrodeses.

As dores na coluna podem parecer algo rotineiro, mas não as ignore. Sentir dor constante não é normal. Se está atrapalhando suas atividades diárias, procure avaliação especializada para investigar a causa e poder fazer o tratamento adequado. Cuidar da saúde da sua coluna é um passo essencial para viver com mais liberdade e menos dor.

Boa parte dos problemas de coluna podem ser prevenidos/evitados com atitudes simples, mas conscientes, como: manter uma postura correta, praticar atividades físicas regulares, controlar o estresse, evitar o sedentarismo, evitar o tabagismo, controlar o peso corporal e doenças relacionadas com o colesterol e a diabetes. Mais do que tratar a dor, é essencial entender sua origem e adotar hábitos que protejam a coluna no dia a dia.

Fonte: Dr. Kleber Duarte –  neurocirurgião  na área de neurocirurgia funcional e dor. Atualmente é coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile