A população idosa é mais vulnerável a certos medicamentos, que potencialmente podem causar efeitos adversos ou complicações, pois com o envelhecimento há mudança na forma como os medicamentos são metabolizados. Além disso, nos idosos, há um maior número de comorbidades e aumento na quantidade de remédios ingeridos para tratar desses problemas.
Um estudo feito pelo Hospital Sírio-Libanês apontou que 71,8% dos pacientes idosos com mais de 60 anos internados na unidade utilizavam certos medicamentos
Em 2023, a American Geriatrics Society atualizou uma lista de critérios para avaliar os remédios que podem causar problemas na terceira idade. Especialistas, no entanto, ressaltam que não se trata de regras e que cada caso deve ser avaliado de forma individual por um profissional.
Veja alguns medicamentos que podem representar PERIGO aos idosos:
1) Benzodiazepínicos
Esse grupo, do qual faz parte o clonazepam (Rivotril), serve para ansiedade aguda e é utilizado com bastante frequência para casos de insônia.
Os benzodiazepínicos são úteis e eficientes para crises de ansiedade, mas podem causar mais efeitos adversos quando usados de forma rotineira. Em idosos, esses medicamentos têm maior risco de provocar episódios de confusão mental, quedas, piora cognitiva, além de estarem associados à dependência.
2) Drogas Z
Como alternativa aos benzodiazepínicos, surgiram as Drogas Z, que servem para tratar insônia e teriam menos efeitos adversos, prejudicando a cognição, aumentando a tendência de quedas e causam dependência.
Em maio deste ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) endureceu as regras para a prescrição do Zolpidem, que faz parte das Drogas Z. O medicamento ganhou popularidade pela facilidade na prescrição médica e, com a decisão da agência, passou a ser necessário um novo tipo de receita para adquiri-lo.
3) Anti-histamínicos de primeira geração
Os medicamentos para reações alérgicas podem provocar sintomas cognitivos e sedação, o que pode levar a acidentes e quedas entre idosos. Outras gerações de anti-histamínicos trazem menos efeitos colaterais, além de serem mais baratos, os de primeira geração têm maior disponibilidade no sistema público.
4) Antidepressivos tricíclicos
Esses medicamentos diminuem um neurotransmissor chamado acetilcolina, que também está ligado à memória.
5) Sulfonilureias
Esse grupo de medicamentos serve para tratamento de diabetes, mas tem risco de hipoglicemia e aumento de mortalidade cardiovascular no idoso, em especial a glibenclamida. A hipoglicemia, na terceira idade, pode provocar confusão mental e quedas.
6) Inibidores de bomba de prótons
Muito utilizados por idosos, os inibidores de bomba de prótons, que ajudam a reduzir a acidez do estômago, como o omeprazol, por exemplo, pertence a esse grupo.
Esses medicamentos propiciam a proliferação de bactérias no sistema digestivo. Em pacientes mais fragilizados, há chances maiores de haver pneumonia porque, em caso de refluxo, o conteúdo do estômago com as bactérias pode entrar no pulmão.
Os inibidores também podem provocar queda na absorção de vitamina B12, fundamental para o desempenho de diversas funções, inclusive cognitivas.
7) Anti-inflamatórios
Os anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, são de fácil acesso, já que não precisam de receita médica. Mas o uso inapropriado traz risco de lesão no estômago, úlceras e sangramento no aparelho digestivo. Há também chances de lesão nos rins e de descompensar problemas cardíacos.
8) AAS (ácido acetilsalicílico)
Para pessoas que já tiveram acidente vascular cerebral (AVC) ou que têm placas de gordura em vasos sanguíneos do pescoço, cabeça, coração ou pernas, medicamentos cujo princípio ativo é o ácido acetilsalicílico previnem incidentes de saúde e compensam os riscos. Um dos representantes do grupo é a aspirina.
Um dos cuidados para idosos que precisam da aspirina consiste em evitar anti-inflamatórios. A interação entre esses dois medicamentos pode causar danos maiores.
Fonte: Estadão e Guia da Farmácia



