É comum nesta época do ano, nos dias mais frios, receber no consultório um número maior de pacientes – homens e mulheres – reclamando da queda de cabelo. Será coincidência?
Tempo mais seco e frio, banhos mais quentes e prolongados, uso do de toucas e gorros acabam causando uma inflamação no couro cabeludo, que pode estar relacionada com o agravamento da queda capilar.
Além disso, como a incidência do sol é menor nesta época do ano, pode acontecer o desenvolvimento da deficiência de algumas vitaminas e nutrientes importantes para o cabelo, como a Vitamina D; portanto, algumas pessoas observam o aumento da queda nesta fase.
Outro ponto é que as pessoas acabam lavando o cabelo com menor frequência, o que também é um fator que pode desencadear a queda dos fios.
Para entender: nosso cabelo tem um ciclo de crescimento capilar… O fio cresce, amadurece e, com o tempo, passa pelo processo natural de queda. Alguns fatores de mudanças internas ou externas, como os citados, podem encurtar este ciclo.
É normal que se tenha uma queda de 100 a 150 fios de cabelo por dia. Isso é fisiológico e não traz nenhum mal. Quais são, então, os fatores de alerta? Quando a pessoa observa um padrão de queda diferente. Ela nota que a quantidade de cabelo que cai no banho, por exemplo, já é o dobro ou o triplo do habitual.
Também é preocupante quando a gente observa alguns pontinhos, onde o cabelo fica mais ralo, como a região das entradas ou então o cabelo preso em um rabo de cavalo vai ficando mais fino. Ou quando a luz bate e o couro cabeludo fica mais visível. É preciso dar mais voltas no elástico de cabelo… Estes são os sinais de alerta.
Além disso, quando se observa que a queda está se prolongando por muito tempo. Quando este Eflúvio (termo médico usado para descrever uma queda de cabelo difusa e temporária) está relacionado com inverno, a gente espera que dure no máximo 3 meses, uma média de 3 a 6 meses. Se durar mais que 6 meses, é bom procurar um dermatologista especialista em cabelos, que pode investigar as causas e indicar os melhores tratamentos.
Lembrando que existem fatores genéticos e casos de calvície também na mulher. E que há tratamento; aliás, quanto antes iniciado o tratamento, maior a chance de uma boa resposta.
Os tratamentos estão avançando muito. Há tecnologias em consultório como Lasers e aplicação de medicações. Existe também a opção Transplante Capilar, dependendo da necessidade; ou seja, há um conjunto de ferramentas maravilhosas, que geram uma chance grande de recuperação do cabelo e da autoestima.
As dicas finais são: prefira banhos curtos e mornos, lave o cabelo com bastante frequência (dia sim, dia não), faço o uso dos produtos adequados para o seu tipo de cabelo, cuide da alimentação (evitando as dietas muito restritivas), faça atividades físicas regulares, controle o estresse sempre que possível e não durma de cabelo molhado. E, claro, conte com seu médico de confiança, que saberá indicar a melhor suplementação quando necessário e tratamento adequado.
Fonte: Dra Priscilla Pereira – médica Dermatologista (CRM 147255, RQE 50593)