Início Bem-estar Enjoo de movimento: como evitar o desconforto em carros, aviões e barcos

Enjoo de movimento: como evitar o desconforto em carros, aviões e barcos

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Passeios de Barco com o Duca

Viajar pode ser uma experiência incrível, mas para muitas pessoas, o trajeto é sinônimo de desconforto. Náusea, tontura e até vômitos podem surgir ao pegar um carro, avião ou barco, tornando o passeio um verdadeiro desafio. Esse problema, conhecido como cinetose, afeta milhões de pessoas e está diretamente ligado ao funcionamento do nosso labirinto, no ouvido interno. Mas por que isso acontece e, mais importante, como evitar?

O que é a cinetose?

“Essa condição ocorre quando há um conflito entre as informações sensoriais enviadas ao cérebro. O labirinto, localizado no ouvido interno, percebe o movimento de forma diferente da visão e do tato, gerando essa sensação de mal-estar”, explica a otorrinolaringologista  e especialista em ouvido na Clínica Dolci, Dra. Ana Carolina Cassanti Del Monaco.

Embora seja mais comum em viagens de carro, ônibus, trem, barco e avião, a cinetose também pode ser desencadeada por realidade virtual e montanhas-russas. “O estímulo do movimento é o principal gatilho, e algumas pessoas são mais sensíveis a ele do que outras”, complementa a especialista.

Como evitar o enjoo de movimento?

Para evitar ou minimizar os sintomas da cinetose, é importante adotar algumas estratégias simples:

– Olhe para frente: evitar olhar para os lados ou focar em objetos em movimento pode reduzir o conflito sensorial. O ideal é manter o olhar fixo em um ponto estável, como o horizonte.

– Ventilação adequada: ambientes fechados podem piorar a sensação de enjoo. Abrir uma janela ou direcionar o ar-condicionado para o rosto ajuda a aliviar os sintomas.

– Evite ler ou usar o celular: atividades que exigem foco visual próximo aumentam a confusão entre os sentidos, piorando a cinetose.

– Alimentação leve antes da viagem: comer em excesso ou viajar de estômago vazio pode intensificar os sintomas. O ideal é fazer refeições leves antes da viagem, evitando alimentos muito gordurosos ou pesados

– Escolha o assento certo: no carro, prefira o banco do passageiro da frente. No avião, sente-se próximo às asas, onde há menos turbulência. No barco, escolha o centro da embarcação para sentir menos os movimentos.

Existe tratamento para a cinetose?

 

Sim! Em casos mais leves, as medidas preventivas podem ser suficientes para controlar o problema. No entanto, há situações em que o uso de medicação pode ser necessário. “Para viagens longas ou para pessoas que sofrem muito com a cinetose, o médico pode prescrever medicamentos que inibem o labirinto e reduzem os sintomas”, explica a otorrinolaringologista.

Além disso, existe um tratamento chamado reabilitação labiríntica, realizado por um fonoaudiólogo com prescrição médica. “Essa terapia ajuda a treinar o sistema vestibular para se adaptar melhor aos estímulos de movimento, indicada para casos mais severos de cinetose”, afirma a Dra. Ana Carolina.

O diagnóstico da cinetose é clínico e feito com base nos relatos do paciente. Se a tontura, náusea e vômitos ocorrem sempre em situações de movimento, é um indicativo claro de cinetose. Se os sintomas forem frequentes e impactarem a qualidade de vida, é essencial buscar ajuda médica para avaliar a necessidade de tratamento com medicamentos ou terapias específicas.

Embora a cinetose seja incômoda, ela não precisa impedir você de aproveitar viagens e passeios. Com as estratégias certas e, em alguns casos, acompanhamento médico, é possível minimizar ou até eliminar os sintomas. Se você sofre com esse problema, teste as dicas mencionadas e, se necessário, procure um especialista para um diagnóstico e tratamento adequado.

 

Fonte: Dra. Ana Carolina Cassanti Del Monaco, membro Titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologista e Cirurgia Cérvico-Facial e é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

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