“Pode ser ‘tarde demais’ para ir para uma Olimpíada e competir em altíssimo nível, mas não é para aprender e colher os benefícios físicos e psicológicos de um novo esporte “
As palavras acima são do personal trainer e educador físico Bruno Sapo, que ressalta a necessidade de estar em busca de saúde e bem estar é uma missão de todos e que comentários como “não tem mais idade” para se exercitar”, é totalmente inadequado.
“Podemos desconstruir o preconceito evitando deduções baseadas no senso comum, promovendo ambientes mais inclusivos e atividades que valorizem e incentivem o acolhimento”, diz o profissional.
Bruno aponta situações em que notamos que a idade se torna uma tentativa de empecilho para a prática de esportes:
- Seleção de equipe: Atletas mais jovens ou mais velhos podem ser excluídos com base em estereótipos sobre sua capacidade de desempenho, devido à idade. Isso de forma profissional ou recreativa.
- Oportunidades de treinamento: Podem haver restrições ou limitações nas oportunidades para atletas e praticantes de certas faixas etárias, resultando em desvantagens para aqueles que são mais jovens ou mais velhos.
- Desvalorização da experiência: pessoas mais velhas podem ser vistas como menos valiosas ou incapazes devido a uma crença de que a idade prejudica o desempenho, ignorando a rica experiência que eles podem trazer.
- Estereótipos negativos: pessoas mais velhas podem enfrentar a ideia de estereótipos que a consideram incapazes de se manter em esportes competitivos, levando à subestimação de suas habilidades.
O personal também lista maneiras que o etarismo se apresenta para atletas profissionais:
- Aposentadoria forçada: atletas mais velhos podem ser pressionados a se aposentar prematuramente, mesmo quando ainda têm habilidades competitivas, devido a expectativas sociais em relação à idade.
- Foco exclusivo na juventude: Em alguns esportes, a ênfase na juventude pode levar à negligência de atletas mais velhos, limitando suas oportunidades de competir em níveis mais altos.
- Patrocínios: : Atletas mais velhos podem enfrentar dificuldades em conseguir patrocínios ou contratos de endosso, uma vez que a indústria muitas vezes privilegia atletas mais jovens.
“Pode ser ‘tarde demais’ para ir para uma Olimpíada e competir em altíssimo nível, mas não é para aprender e colher os benefícios físicos e psicológicos de um novo esporte”, diz.
Os benefícios do treino de força:
A partir de uma certa idade, a sarcopenia (perda de massa magra e função do músculo esquelético) passa a ser um fator. Com isso, o treino de força pode ser benéfico para, além da manutenção e ganho de massa magra, também a prevenção de doenças crônicas e aumento da longevidade.
“Um estudo mostrou que a prática de treino de força, de 30 a 60 minutos diário, reduz o risco de 10% a 20% de morte prematura”, destaca Bruno Sapo, que complementa: “Em qualquer idade, o exercício tem enorme influência na saúde mental, além disso, em idosos, o fato de se sentir útil, em atividade, pode ser extremamente benéfico”.
Existe, de fato, alguma limitação?
Em esportes que exigem alto rendimento, é comum que, com o passar do tempo, atletas comecem a perder força, potência e condição cardiorrespiratória. “No entanto, esse processo é diferente de pessoa para pessoa, e deduzir que a partir de X idade aquela pessoa não tem um espaço pode ser um problema”, destaca o profissional de educação física.
Um estudo com mais de 73 mil mulheres e 38 mil homens constatou:
- Mulheres que praticam 4 ou 5 hábitos saudáveis, numa idade de 50 anos, tiveram mais anos sem diabetes, doenças cardiovasculares e câncer.
- Homens que praticam 4 ou 5 hábitos saudáveis, na idade de 50 anos, viveram 31,1 anos livres de doenças crônicas comparado a 23,5 anos entre homens que não praticavam nada.
“Na medida que envelhecemos, o risco de doenças crônicas aumenta, mas esses dados mostram que essas escolhas de estilo de vida podem reduzir esses riscos”, conclui Bruno, que convida a todos para se juntar a sua turma ou a de outro profissional de educação física qualificado.
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