O Prof. Dr. Durval Ribas Filho, especialista explica que “segurança alimentar” se refere ao direito de todos à alimentação adequada. Atualmente, a disponibilidade e a acessibilidade aos alimentos são desafios globais de saúde pública, essenciais para garantir o mínimo de condições nutricionais e uma vida saudável e, promover a segurança alimentar também é uma responsabilidade coletiva. É nesse contexto que se insere o conceito de “segurança dos alimentos” (ou Food Safety), expressão associada à garantia da qualidade dos alimentos ao longo de toda a cadeia de produção — do campo à mesa”.
E quais os cuidados que as pessoas precisam tomar no dia a dia?
- Atenção aos riscos para a saúde
- É essencial — do campo à mesa — adotar ações de controle de agentes contaminantes que, ao entrarem em contato com alimentos, podem gerar riscos à saúde.
- Esses agentes podem ser: Químicos, como resíduos de agrotóxicos, produtos de limpeza e metais pesados; Físicos, como fragmentos de insetos, plásticos, pedras ou vidro; Biológicos, como microrganismos patogênicos (bactérias, vírus e parasitas).
2. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs)
- Podem se manifestar como um simples mal-estar digestivo ou evoluir para intoxicações alimentares graves.
- Ocorrem quando os alimentos ou a água utilizada no preparo estão contaminados e atuam como veículo para transmissão de bactérias, vírus, parasitas ou toxinas.
- As infecções mais comuns são: salmonelose, hepatite A, toxoplasmose e cólera.
- Os sintomas variam de acordo com o agente causador, a toxina, o organismo de cada pessoa e a quantidade ingerida: náuseas, vômitos, diarreia (com ou sem febre), dor abdominal, dor de cabeça, visão turva e olhos inchados são alguns exemplos.
3. Higiene em primeiro lugar
- Lavar bem as mãos antes de preparar ou consumir alimentos.
- Frutas, legumes e verduras devem ser higienizados com água potável ou solução sanitizante (como hipoclorito).
- Manter limpos todos os utensílios, equipamentos e superfícies da cozinha utilizados no preparo dos alimentos.
4. Armazenamento adequado
- Siga as orientações de armazenamento indicadas para cada tipo de alimento.
- Alimentos perecíveis devem ser conservados na geladeira ou freezer, em embalagens adequadas e pelo tempo correto.
- Temperaturas ideais: geladeira entre 0 °C e 5 °C; freezer abaixo de –18 °C.
- Evite a contaminação cruzada: separe alimentos crus de alimentos prontos para o consumo.
5. De olho no preparo
- O cozimento adequado é fundamental, especialmente para carnes, ovos e outros alimentos de origem animal.
- Quando possível, monitore a temperatura interna dos alimentos — o ideal é que atinja acima de 70 °C.
6. Validade e procedência
- Sempre verifique a data de validade antes de comprar ou consumir.
- Dê preferência a alimentos com selo de inspeção sanitária (SIF, SIM etc.).
- Evite produtos com embalagens danificadas, lacres rompidos, estufadas ou com cor, textura ou odor suspeitos.
7. Não desperdice
- Faça compras planejadas para evitar excessos.
- Aproveite partes dos alimentos normalmente descartadas, como talos, cascas e sementes, em receitas criativas.
- Apoie iniciativas de doação de alimentos e combate à fome.
Fonte: Prof. Dr. Durval Ribas Filho – Médico Nutrólogo, Fellow da The Obesity Society – TOS (USA), Presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN) e docente da pós-graduação CNNUTRO.