Janeiro Branco: Mês Simbólico para a conscientização da Importância dos Cuidados com a Saúde Mental

Por Psicóloga Elisangela Niná

Janeiro foi escolhido como mês para a conscientização da importância com os cuidados em relação à saúde mental; e não por acaso. Janeiro traz em si toda a simbologia dos inícios. Ele representa o novo, o recomeço, a possibilidade de se reestruturar e transformar.

Ano novo, vida nova… Muitos fazem aquela famosa listinha de bons hábitos que pretendem levar ao longo do ano, usam cores especiais de roupas, confraternizam. É claro que a gente tem essa possibilidade de mudança e, sim, devemos aproveitar de toda essa simbologia e energia.

Porém, para que isto aconteça, a pessoa terá de gerar novos movimentos porque, caso contrário, vai apenas se repetir.

Acredito que a escolha deste mês para trabalhar a conscientização da saúde mental é de suma importância, pois a gente vai gerar mais atenção sobre esta problemática. Trabalhar e falar sobre isso no primeiro mês do ano já coloca a possibilidade de se humanizar, apesar de tudo.

Quando a gente fala de saúde mental, apesar de termos evoluído em muitos aspectos, sabemos que tem muito a ser mexido. Ainda há muito tabu sobre saúde mental e equilíbrio emocional.

Todo mundo quer equilíbrio emocional e saúde mental. Mas, as pessoas não entenderam que isso não se compra na prateleira do mercado. Isso é conquistado na base do movimento, do esforço.

Lógico que nosso corpo e mente estão interligados. Então, quando falamos em saúde mental também estamos falando em atividade física, metabolismo e vice-versa: quando falamos em um corpo físico que nos carregue, não adianta tomar suplementos e praticar atividade física se eu não cuidar da circuitaria cerebral.

Vamos pensar de forma lúdica em nosso cérebro. Cada um de nós tem uma história de vida. E essa história de vida é formada por meio de circuitaria. Como se cada um de nós tivesse um circuito e esse circuito se forma por meio de nossas experiências.

Quantos de nós não carregamos em nossa mente e em nossa existência circuitos formados lá atrás de forma equivocada, mas que ainda dominam meu aqui e agora.

Por isso, a importância da terapia, do autoconhecimento, deste olhar para dentro. Terapia não é para louco. Terapia não é para quem está no fundo do poço, é justamente para que a gente se conheça, questione e não chegue ao tal fundo do poço.

A gente precisa lembrar que tem um cérebro e nós não lembramos. A partir do momento que a gente lembra, a gente recupera a ideia de que somos humanos.

Para a indústria em geral não é importante que a gente se humanize; ao contrário, é importante para algumas indústrias que a gente se desumanize.

Para algumas indústrias é interessante que a gente se esqueça de que é importante dormir, beber água, dialogar, ter tempo para se divertir, parar avaliar e reavaliar as ações, olhar para estes circuitos que foram formados lá atrás e constatar que aquilo ainda continua atualmente, trazendo prejuízos, interferindo na forma de existir no aqui e agora.

Porém, se não queremos perpetuar esta circuitaria que foi entregue para lá atrás, muitas vezes por uma vivência, ou melhor, pela leitura que fiz daquela vivência, por algo muito ruim que vivi lá atrás, um trauma, será necessário pausar e olhar, monitorando os comportamentos.

Olhar para o circuito e descobrir formas de desconstruir este circuito ou de construir um circuito novo que sobressaia circuito ao antigo, que traz prejuízos. Isso significa evolução. Estou olhando para o que entregaram para mim lá atrás e me esforçando para reestruturar e ressignificar.

Aqui vale uma observação: as pessoas minimizam o esforço dado para reestruturar e ressignificar uma história.  Dá muito trabalho! E pelo fato de minimizarem não fazem isso de forma correta. Subestimam o processo.

Penso que o papel do Psicólogo é justamente colocar o grau de seriedade devido quando a gente fala em cuidar da nossa mente. Nem é tão simples, nem tão complicado, mas exige o correto empenho em pausar, sair do automático e não negligenciar a própria história e forma de existir.

Exige também acolhimento e questionamento constante sobre certos padrões que passamos a acreditar e que são muitas vezes nocivos. Esforço significa sair do automático e se humanizar

Nosso cérebro rege tudo, é o grande maestro que comanda as sutilezas do funcionamento hormonal, o metabolismo; então, cuidar da própria mente é o ponto de partida de tudo.  Quando a gente finalmente entender isso, que nossa mente é ponto de partida para tudo, esta conscientização ficará mais fácil e estaremos em um lugar bem melhor, mais saudável e de muito mais humanização de uns para com os outros.

Vamos nos humanizar e nos acolher? Fica a reflexão. Mas, se não conseguir, procure ajuda. A terapia pode te auxiliar e muito!

Elisangela Niná (CRP 120921/06) – Graduada em Psicologia pela UNIP (Universidade Paulista UNIP,  formação em Neuropsicologia pelo CETCC (Centro de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental) e Transtornos Alimentares pela USP (Universidade de São Paulo).

Inscreva-se

Nossos colunistas

462 POSTS
1118 POSTS

Colunas

Artigos populares

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui