Baixas temperaturas podem aumentar em até 30% as chances de infarto nesta época do ano
A temperatura e incidência de doenças cardiovasculares têm relação, e com a chegada do inverno, quando as temperaturas começam a cair, o corpo responde com a contração dos vasos sanguíneos. Algumas pessoas podem ter aumento da pressão arterial, criando uma resistência ao bombeamento de sangue, o que pode sobrecarregar o coração.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o inverno está associado ao aumento dos casos de doenças cardiovasculares e da mortalidade cardiovascular. O risco de infarto, por exemplo, pode ser até 30% maior nessa época do ano. A cada diminuição de 10°C na temperatura mínima, as chances de desenvolver um quadro de infarto aumentam em 7%.
Segundo o Dr. Juliano Novaes Cardoso, coordenador do Serviço de Cardiologia do Santa Marcelina Saúde, o infarto é mais frequente nos homens do que nas mulheres. “Nos homens, a ocorrência de infarto aumenta a partir dos 45 anos de idade e, na mulher após a menopausa, acima de 55 anos. É importante lembrar que a complicação pode acontecer com o público mais jovem, principalmente quando existem doenças associadas como hipertensão arterial, diabetes e tabagismo”, explica o cardiologista.
Qual a relação entre doenças cardiovasculares e inverno?
Devido à queda da temperatura no inverno, os vasos contraem, a pressão arterial aumenta e há um aumento da viscosidade no sangue. “Essas alterações podem causar dor no peito, chamada de angina, que é causada pela redução de sangue para o coração, ou até mesmo levar a um infarto”, esclarece o Dr. Juliano.
Como reforçar a prevenção de doenças cardiovasculares durante o inverno?
É comum as pessoas mudarem os hábitos alimentares durante o inverno e deixarem de praticar exercícios físicos, colaborando com o aumento de peso. “Comer alimentos mais gordurosos e calóricos pode gerar alterações no perfil metabólico e ser prejudicial à saúde cardiovascular. Portanto, por mais que a época mais fria do ano não seja tão convidativa para alguns hábitos, é importante intensificar as medidas de prevenção de doenças do coração, como: ter uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos, manter o peso sob controle, evitar fumar e ingerir quantidades excessivas de álcool, pois essas práticas aumentam o risco de hipertensão arterial e ataque cardíaco”, alerta o especialista do Santa Marcelina.
Sintomas
Alguns sintomas são sinais de alerta para o infarto. O mais clássico é uma forte dor no peito prolongada, não usual, associada a uma sensação de pressão. “Podem ocorrer apresentações atípicas também. A pessoa pode ter apenas um desconforto, falta de ar, cansaço. Se tiver sintomas diferentes do habitual, é necessário procurar o hospital com urgência. Sem dúvida, o sintoma mais frequente é a dor no peito prolongada, que pode irradiar para o braço esquerdo”, orienta.
A recomendação é procurar imediatamente o serviço médico. “Quanto mais tempo a pessoa demora para receber assistência, mais perde músculo cardíaco e o dano pode chegar à necrose, que é a morte celular. Além disso, há o risco da morte do paciente. O atendimento tem que ser rápido para a desobstrução da artéria, o que pode ser feito por meio de medicação ou do procedimento de angioplastia”, finaliza o Dr. Juliano.