O segundo semestre chegou e, com ele, a contagem regressiva para um dos períodos mais aguardados do ano: as férias de fim de ano e de janeiro. Época de alto verão no Brasil, de reencontros e de paisagens de cartão-postal, mas também de passagens e hospedagens mais caras, pacotes turísticos disputados e orçamentos facilmente estourados.
É nessa hora que muitas pessoas se veem diante de uma escolha: aproveitar o descanso e voltar com dívidas, ou abrir mão da viagem para manter as contas em dia. A boa notícia é que existe um caminho do meio – e ele começa agora, com planejamento financeiro.
Sempre repito que “planejamento é liberdade”. Quando nos organizamos com antecedência, conseguimos tomar decisões com mais clareza, reduzir imprevistos e até aproveitar oportunidades de economia.
Mas como tornar esse desejo uma realidade com um passo a passo?
O primeiro passo é mapear todos os gastos previstos para a viagem – transporte, hospedagem, alimentação, passeios, seguro, compras – e criar um orçamento realista, considerando também despesas fixas e compromissos financeiros que continuarão a existir mesmo durante as férias.
Nesse processo, a tecnologia pode ser uma grande aliada. Planilhas na nuvem, aplicativos de controle financeiro e até lembretes no celular ajudam a acompanhar o progresso e evitar que o entusiasmo do momento comprometa a saúde financeira.
Uma prática que recomendo é a automação dos aportes mensais para uma conta ou aplicação destinada exclusivamente à viagem. As caixinhas e os cofrinhos criados por alguns bancos permitem até personalizar com o nome do destino. Assim, é possível tangibilizar a viabilidade de viagem de forma bem clara e transparente. Esse hábito, além de facilitar a disciplina, transforma o objetivo em algo concreto e palpável.
Outro ponto importante é diferenciar o planejamento para destinos nacionais e internacionais. Uma viagem para o exterior exige atenção extra ao câmbio, documentação, seguro-viagem e eventuais taxas, que podem impactar significativamente o orçamento. Já nas viagens dentro do Brasil, especialmente para destinos de alta temporada como as praias do Nordeste, a variação de preços entre meses e até dias da semana pode fazer muita diferença no valor final.
Viajar e planejar para todos
Muitas pessoas acreditam que só vale a pena planejar se tiverem um valor alto para investir na viagem. Eu discordo. Planejar é para todos, independentemente da quantia disponível. O que muda é a estratégia: com menos recursos, é possível ajustar o roteiro, buscar hospedagens alternativas, aproveitar promoções e priorizar experiências mais acessíveis, sem perder a essência do descanso e da diversão.
Também é preciso lembrar que viajar não é apenas um gasto: é um investimento em experiências, conexões e memórias. No entanto, para que esse investimento seja positivo, ele não pode vir acompanhado do peso das dívidas. O endividamento pós-férias, infelizmente, é uma realidade para muitos brasileiros e, além do impacto financeiro, traz consequências emocionais, como estresse e culpa, que comprometem até as lembranças boas da viagem.
Portanto, se a ideia é curtir o verão com tranquilidade, o momento de agir é agora. Revise seu orçamento, corte gastos supérfluos, crie uma reserva específica para a viagem e envolva toda a família no processo. Transformar o desejo de viajar em realidade não depende apenas de sorte ou de uma renda alta, mas de organização, disciplina e consciência financeira.
Viajar sem culpa e com leveza é possível. O segredo está em começar o planejamento hoje.
Sobre o 90 Segundos de Finanças:
O 90 Segundos de Finanças é uma plataforma de conteúdo sobre educação financeira, que foi idealizada pela mentora e educadora Luciana Pavan. Atualmente, oferece diversas soluções, como vídeos curtos e gratuitos no YouTube (em geral com duração de 90 segundos), cursos, palestras, lives e consultorias. Sua proposta é democratizar o acesso à gestão das finanças para mais e mais indivíduos.
