É cada vez mais frequente as pessoas enfrentarem situações de estresse, seja por conta do trabalho, uma noite mal dormida ou mesmo por problemas de família. Apesar de inevitável, em pequenas doses ele pode até ser benéfico. Além disso, saber lidar com o estresse é fundamental para a saúde.
Em uma pesquisa recente realizada pela Associação Americana de Psicologia¹, boa parte dos entrevistados (75%) relata ter tido pelo menos um sintoma de estresse no período de um mês. Esses fatores estressantes levam ao desenvolvimento de comportamentos nada saudáveis – desde insônia (42%) até comer demais ou ingerir alimentos que não são saudáveis (33%).
Ficar estressado durante longos períodos pode gerar problemas de saúde físicos e emocionais. Por isso é importante reconhecer os sinais de estresse – e tratá-los o quanto antes com períodos de descanso, exercícios e alimentação saúdavel. “Muitas vezes não nos damos conta, mas a boa alimentação pode ser muito eficaz para combater os efeitos negativos desse que é um dos principais problemas da modernidade”, afirma Patrícia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico do negócio Nutricional da Abbott no Brasil.
No caso de uma alimentação equilibrada, é importante ingerir alimentos como verduras verde-escuras, que são ricas em vitaminas, ácido fólico e fibras, além de proteínas magras, como peixes e aves. Esses alimentos contribuem para a redução e o combate dos possíveis efeitos do estresse porque conseguem reduzir os níveis de inflamação do corpo. Embora um certo nível de inflamação não seja ruim – às vezes apenas uma resposta do corpo a uma lesão, ao estresse ou até mesmo aos exercícios físicos – a inflamação excessiva e por muito tempo pode levar ao estresse oxidativo. Quando equilibrado, o estresse pode até ajudar a curar o corpo, mas fora de controle ele é capaz de danificar os órgãos.
Conheça cinco dicas que podem ajudar a prevenir o impacto do estresse, tanto na mente quanto no corpo, a partir de pequenas mudanças na rotina:
Preste atenção em sua alimentação
Ingerir alimentos ricos em compostos anti-inflamatórios, como ácidos graxos insaturados (como salmão e atum), antioxidantes, polifenóis e carotenóides (como chocolate amargo, verduras verde-escuras, pimentões coloridos e vinho). Esses alimentos, que são parte da dieta mediterrânea, são ótimos para diminuir a inflamação.
Coma em casa
Comer em casa geralmente aumenta as chances de ter uma dieta saudável, já que permite controlar os ingredientes das refeições. Uma forma de manter uma dieta saudável é ter sempre alimentos frescos e nutritivos à mão. Muitos deles podem ser congelados ou desidratados, como castanhas, frutas e cereais ricos em fibras.
Exercícios físicos
Embora o estresse às vezes possa dificultar a atividade física, a prática do exercício quando nos sentimos estressados é mais importante do que em qualquer outra ocasião. A atividade física libera endorfinas e reduz os níveis de adrenalina e cortisol, ajudando a diminuir o estresse mental. Endorfinas são substâncias químicas cerebrais que dão aos corredores aquela “euforia” e permitem que seus corpos relaxem.
Durma bastante
Um estudo publicado no The American Journal of Human Biology² revelou que sono inadequado altera a secreção de hormônios que estimulam a fome, fazendo com que a vontade de comer aumente além do necessário. Esse é um dos motivos que faz o indivíduo comer demais quando está estressado e sem dormir. Lembre-se que é recomendado dormir entre sete e oito horas por noite.
Beba mais água e menos café
A cafeína, na verdade, pode piorar a resposta ao estresse. Portanto, embora um pouco de café possa ajudar, o ideal é beber água ao longo do dia.
“Livrar-se do estresse pode não parecer uma tarefa fácil, porém é possível evitá-lo com mudanças no estilo de vida que devem começar o quanto antes. Um dos primeiros passos é manter um hábito de vida saudável em conjunto com uma dieta balanceada, além de técnicas de respiração que podem ser grandes aliados contra os efeitos que o estresse pode causar”, orienta Patrícia.
Referências bibliográficas:
APA. Stress in America. Paying with our health. February 2015. http://www.apa.org/news/press/releases/stress/2014/stress-report.pdf
NCBI. Does inadequate sleep play a role in vulnerability to obesity. Knutson KL. 2012. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22275135