Nos dias 11, 12 e 13 de julho acontece a 26ª edição do Festival do Japão, maior evento da comunidade nipo-brasileira, que anualmente celebra a cultura do país oriental. Além da intensa programação de atividades como shows, oficinas e ampla oferta de gastronomia japonesa, o evento traz dezenas de expositores com produtos e serviços relacionados à cultura nikkei, de descendentes de japoneses.
Entre os estandes em exibição, destaca-se o da JNTO – Organização Nacional de Turismo Japonês, órgão oficial do governo que promove o Japão como destino turístico. Com relatos muito positivos por parte de visitantes, o país vem registrando recordes históricos de turistas nos últimos meses, sendo amplamente divulgado pela mídia tradicional, celebridades e influenciadores.
Durante o festival, a JNTO oferecerá um serviço de consultoria gratuita sobre planejamento de viagens ao Japão. O Desk JNTO de Informações Turísticas ficará à disposição no estande para atender aos interessados. Após a interação, quem desejar responder a uma pesquisa, ganhará um brinde especial tipicamente japonês.
Os grandes festivais realizados no Japão
Entre as tantas atrações turísticas que o Japão oferece, os festivais (matsuri) certamente impressionam. Tais celebrações populares, motivadas por crenças e tradições diversas são marcadas por desfiles de carros alegóricos, danças com trajes típicos e música ao vivo com tambores taikô. Alguns incluem procissões religiosas ligadas a santuários xintoístas e templos budistas. A ampla oferta de gastronomia e os espetáculos de fogos de artifício agregam mais encanto aos festejos que atraem milhões de pessoas.
Um dos maiores festivais em termos de público é o Festival Nebuta de Aomori, que recebe cerca de três milhões de pessoas na província de Aomori, no norte do Japão, por cerca de sete dias no início de agosto. Seu propósito é celebrar o verão e afastar maus presságios, com exibição de alegorias (nebuta) gigantes e iluminadas em papel machê, dançarinos, tambores e fogos de artifício.
As origens do Festival Nebuta de Aomori não são conhecidas com exatidão, mas podem ser ligadas a uma celebração chinesa associada a pedidos escritos em tiras de papel. Essa tradição teria se unido a costumes regionais japoneses, dando origem ao festival. A principal atração são enormes lanternas iluminadas chamadas nebuta, que retratam figuras humanas inspiradas em guerreiros antigos, personagens históricos ou do kabuki, um teatro japonês marcado por maquiagem exagerada e gestos dramáticos. Esses carros alegóricos desfilam pelas ruas acompanhados por dançarinos que saltam e giram animadamente ao som das bandas compostas por tambores, flautas e pratos. O festival inclui desfiles noturnos, versões infantis e uma procissão marítima com fogos de artifício.
O Gion Matsuri é o festival mais famoso de Quioto e um dos mais tradicionais do Japão, realizado durante todo o mês de julho. Sua origem remonta ao ano 869, quando foi criado para afastar epidemias com oferendas simbólicas feitas ao Santuário Yasaka. Hoje, ele encanta milhões de pessoas com seus dois desfiles principais, nos dias 17 e 24 de julho, onde carros alegóricos gigantes, chamados yamaboko, desfilam pelas ruas como verdadeiros museus itinerantes. Cada um é primorosamente decorado com tapeçarias, lanternas e figuras históricas. Nos dias que antecedem os desfiles, as ruas se transformam: barracas de comida típica, casas abertas ao público e lanternas iluminam o bairro de Gion. A atmosfera é vibrante e profundamente enraizada nas tradições locais. O nome do festival vem justamente do bairro que abriga o santuário central do evento. Há também a procissão dos mikoshi — pequenos santuários transportados por fiéis — que purificam simbolicamente a cidade. Em 2009, o yamaboko foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. É uma experiência única que combina história, arte e devoção em um só lugar.
Owara Kaze no Bon (ou Owara Wind Festival) é um festival noturno e encantador que acontece todos os anos, de 1º a 3 de setembro, no distrito de Yatsuo, na província de Toyama, localizada na região central do Japão, voltada para o Mar do Japão. Com mais de 300 anos de história, o evento nasceu como um ritual para apaziguar os ventos fortes que ameaçavam as plantações de arroz da região, daí o nome, “festival do vento”.
À noite, as ruas de paralelepípedo da cidade antiga se iluminam com lanternas de papel, criando uma atmosfera mágica onde danças lentas e elegantes ganham vida ao som de tambores e instrumentos de cordas, como shamisen e kokyū.
Homens e mulheres, vestidos com yukata e chapéus de palha que cobrem parcialmente o rosto, dançam em fileiras silenciosas pelas vielas, em uma coreografia que evoca nostalgia e reverência. A música principal, Etchu Owara Bushi, é considerada um som tradicional do Japão. Cada um dos 11 bairros de Yatsuo apresenta variações próprias de ritmo e coreografia, mantendo viva a identidade de suas comunidades. Além das danças nas ruas, há apresentações em casas tradicionais e palcos temporários montados no vilarejo. O festival atrai cerca de 200 mil visitantes todos os anos, vindos de todo o Japão em busca de uma experiência cultural delicada, única e profundamente ligada ao espírito da terra e do vento. (saiba mais no site da JNTO e no site do festival Owara Kaze no Bon)
Mais de 1.000 festivais
Estima-se que existam mais de mil festivais no Japão, muitos com séculos de tradição, espalhados por todas as regiões e estações, com duração de dias ou semanas. Os matsuri podem ser grandes e urbanos, como o Gion ou o Nebuta, outros são pequenos e locais, realizados por comunidades rurais ou santuários, com foco em ritos agrícolas, sazonais ou religiosos. Há também festivais de fogos de artifício, neve, flores de cerejeira ou colheitas.
SERVIÇO
Evento: 26º Festival do Japão Datas: 11, 12 e 13 de julho de 2025 Local: São Paulo Expo (Rod. dos Imigrantes, km 1,5, São Paulo) |