Umidade relativa do ar é outro fator para garantir um ambiente saudável durante o sono
Dormir bem é um dos pilares fundamentais da saúde física e mental. No entanto, fatores ambientais como temperatura, umidade e qualidade do ar podem ser determinantes para um sono realmente reparador. A climatização adequada dos ambientes tem ganhado destaque entre especialistas do setor e da medicina do sono, que apontam a importância de manter um ambiente termicamente confortável para evitar interrupções durante a noite e garantir um descanso eficiente.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Physiological Anthropology, a temperatura ideal para o sono varia entre 16°C e 20°C. Fora desse intervalo, há um impacto direto na qualidade das fases mais profundas do sono, essenciais para a recuperação do corpo e do cérebro. “O excesso de calor pode levar à transpiração intensa e despertares frequentes, enquanto temperaturas muito baixas fazem com que o organismo gaste mais energia para se manter aquecido, interferindo no relaxamento e no descanso completo”, explica Patrick Galletti, engenheiro de climatização e CEO do Grupo RETEC.
A temperatura ideal e seus impactos no ciclo do sono
O corpo humano possui um ritmo circadiano, responsável por regular as funções biológicas conforme a variação da luz e da temperatura ao longo do dia. À noite, a temperatura corporal naturalmente diminui para preparar o organismo para o descanso. Quando o ambiente externo não favorece essa transição térmica, o sono pode ser fragmentado, impactando o tempo e a qualidade do descanso.
Para evitar esse problema, sistemas de climatização modernos contam com sensores inteligentes que ajustam a temperatura conforme a necessidade do ambiente e a presença de pessoas no local. “O uso de termostatos programáveis e sistemas de climatização automatizados permite manter um nível de conforto térmico constante, sem oscilações abruptas de temperatura que possam interferir no descanso”, destaca Galletti.
A umidade do ar e seu papel na qualidade do sono
Além da temperatura, a umidade relativa do ar é outro fator para garantir um ambiente saudável durante o sono. O ideal é que ela fique entre 50% e 60%, evitando tanto o ressecamento das vias respiratórias quanto a proliferação de fungos e ácaros, comuns em ambientes excessivamente úmidos.
O uso contínuo de ar-condicionado pode reduzir drasticamente a umidade do ar, o que pode causar desconfortos como ressecamento da pele, irritação nos olhos e agravamento de alergias respiratórias. Sistemas com controle de umidade integrado e o uso de umidificadores de ar são alternativas que ajudam a equilibrar esses níveis, promovendo maior conforto e prevenindo problemas respiratórios.
“A climatização não se trata apenas de resfriar ou aquecer um ambiente. O ajuste da umidade e a renovação do ar são fundamentais para evitar desconfortos e garantir uma boa noite de sono”, reforça Galletti.
O impacto da qualidade do ar no descanso noturno
A circulação e a filtragem do ar dentro do quarto também influenciam diretamente na qualidade do sono. Ambientes com baixa renovação de ar podem acumular níveis elevados de dióxido de carbono (CO₂) e outros poluentes, causando sensação de fadiga ao despertar.
Atualmente, equipamentos de climatização mais avançados contam com filtros HEPA e ionizadores, capazes de reter partículas de poeira, bactérias e até mesmo vírus, garantindo um ambiente mais saudável. Algumas tecnologias já permitem até mesmo a detecção de impurezas no ar, ajustando automaticamente os níveis de ventilação para manter um ambiente limpo e equilibrado.
“O excesso de CO₂ e a presença de partículas no ar podem causar uma sensação de cansaço ao acordar, mesmo após oito horas de sono. O uso de sistemas de filtragem e renovação do ar contribui para um ambiente mais saudável e noites de descanso mais restauradoras”, explica Galletti.