Sabe aquele conhecido que sempre tem uma notícia ruim para dar ou vive falando mal dos outros? Ou aquele colega de trabalho que acha que tudo sempre vai dar errado? Essas pessoas, muitas vezes, podem influenciar no ambiente, trazendo um clima de conflito, rivalidade e desconfiança. André Assunção, psicólogo do Hapvida Saúde, explica que são consideradas “pessoas tóxicas” quando trazem uma negatividade para o ambiente em que atuam. Por alguma razão, essas pessoas conseguem deixar o clima pesado ou fazem com que as outras pessoas se sintam desconfortáveis na presença delas.
Por isso, é importante estar atento aos sinais que podem ser identificados, desde o discurso até as ações das pessoas tóxicas. Questionar a habilidade do outro, expressar inveja, desdém ou, até mesmo, duvidar da conquista de alguém pode ser um desses sinais. Também é preciso ter cuidado com a convivência com esses indivíduos, pois eles podem prejudicar a produtividade do ambiente de trabalho, a interação entre os colegas e até a felicidade e bem-estar alheio.
“Na verdade, essas pessoas não precisam ser evitadas, podem ser somente levadas a refletir sobre o que dizem ou fazem. Para isso, caso você presencie alguém falar algo negativo para o outro, pode apenas chamar para uma conversa privada e questionar qual a finalidade do comentário. Caso persista, ser claro, sem ser grosseiro, pode ajudar quando é alguém disposto a ouvir o que o outro tem a dizer”, orienta.
O especialista destaca que não se trata de uma doença e que os sintomas apresentados podem ser temporários. “Quando passam por alguma situação traumática, o julgamento de uma pessoa tóxica pode ficar equivocado. Inclusive, elas podem chegar a apresentar ansiedade, depressão, síndrome do pânico, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outros problemas. No entanto, são situações passageiras”, afirma Assunção.
Segundo Assunção, é possível buscar um tratamento psicoterapêutico, desde que esse tipo de indivíduo perceba que desenvolve tais atitudes. “O acompanhamento psicológico pode contribuir para ampliar o autoconhecimento e superar o negativismo e outras características das pessoas tidas como tóxicas. E quando o grau for excessivo, a avaliação do psiquiatra também fará parte deste processo”, diz o psicólogo.