As estatísticas ditam contra: 80% das pessoas que perdem peso, recuperam em menos de um ano. Endocrinologista monta o manual de dicas batizado de M.A.N.T.E.R., sobre como driblar esse caminho quase inevitável
A endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Dra. Tassiane Alvarenga, assegura o que ninguém costuma acreditar: “Com as ferramentas certas e remédios, quando necessário, é possível manter a perda de peso”.
Nos estágios iniciais da perda de peso, manter a motivação não é muito difícil porque o emagrecimento em si já é a própria recompensa. O difícil é se manter com a mesma inspiração para construir a “simples” manutenção desse novo peso alcançado. Ou seja, não vai haver um novo visual, um novo número na balança que dê um ânimo extra para continuar a rotina de exercícios ou a dieta. “É preciso entender que há uma relação de cabo de guerra entre o corpo e o cérebro”, conta a médica, ao anunciar: “É provável que o maior desafio comece a partir da meta de peso atingida”.
Para motivar quem está chegando a este ponto, a Dra. Tassiane começa seu manual de dicas, que tem um nome para não esquecer: M.A.N.T.E.R.
M | Monitorização/ Motivação
Estudos mostram que se você se pesar sempre, a chance de manter o peso perdido é bem maior.
Na fase de manutenção de peso, é importante se pesar duas vezes por semana. Tente às terças e sextas, mas nunca na segunda, pois a possível escapada da rotina do final de semana pode ser desmotivadora para este momento. A fase pré-menstrual, o consumo de sal, de bebida alcoólica, excesso de sono, viagens mais longas são fatores que podem interferir na balança.
A | Autoconhecimento
Se a fome não é o problema, comer não será a solução
Conheça os fenótipos da obesidade para entender seu padrão alimentar:
- Cérebro faminto: consumo de calorias excessivo para terminar a refeição
Fome emocional: caracterizada por estado de humor negativo, comer emocional, cravings (fissura alimentar) e busca de recompensa
Intestino faminto: Menor tempo de saciedade, quantificada objetivamente por rápido esvaziamento gástrico, que pode ser até 31% mais rápido que o normal
Queima lenta: Baixo gasto energético em repouso, baixa atividade física reportada, massa muscular reduzida). O gasto energético em repouso pode ser até 12% inferior.
N | Nutrição
O sucesso de uma intervenção dietética depende de uma adesão a longo prazo.
O plano é cortar calorias de uma maneira saudável e viável para a saúde. Cada paciente deve ser estimulado a encontrar o seu caminho possível e sustentável.
T | Tecnologias
Mulheres na menopausa tendem a ganhar peso. Aplicativos para monitorar o sono e o número de passos podem ajudar muito.
E | Exercícios
Ser fisicamente ativo é um dos principais fatores preditivos de manutenção de peso e 90% das pessoas que conseguem manter o peso perdido são fisicamente ativas.
R | Remédio
Não existe efeito rebote. Existem medicações seguras, que devem ser sempre recomendadas e acompanhadas por profissionais da área.
Fonte: Dra. Tassiane Alvarenga – ENDOCRINOLOGISTA E METABOLOGISTA