É fundamental reforçar a atenção para os cuidados essenciais ao cruzar fronteiras internacionais – e a vacinação é um dos pilares dessa preparação. “Manter o calendário vacinal em dia é essencial não apenas para a proteção individual, mas também para prevenir surtos e proteger comunidades inteiras”, afirma o Dr. André Bon, infectologista do Exame Medicina Diagnóstica, marca da Dasa no DF, líder de medicina diagnóstica no Brasil.
A Dra. Rosana Richtmann, consultora em vacinas da Dasa e infectologista do Delboni, marca da Dasa em SP, reforça: “A vacinação deve ser encarada como parte da bagagem de qualquer viajante. Muitos esquecem que, ao visitar outro país, também se expõem a agentes infecciosos que podem não circular no Brasil.”
Vacinas obrigatórias e recomendadas para viajantes
Ao planejar uma viagem internacional, é fundamental verificar se o país de destino exige o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) como requisito para entrada. Esse certificado comprova a imunização contra doenças específicas, sendo a vacina contra a febre amarela a mais comum entre as exigências. Países como Índia, Indonésia, Malásia e Tailândia, por exemplo, costumam solicitar esse comprovante para garantir a segurança sanitária em suas fronteiras.
Vale destacar que a lista de países e as vacinas obrigatórias podem variar conforme as políticas de saúde pública e as atualizações sanitárias de cada região. Por isso, incluir a consulta às fontes oficiais do país de destino — como embaixadas, consulados e órgãos de saúde — no planejamento da viagem é essencial para evitar contratempos na imigração e garantir uma experiência segura.
Além de proteger o viajante individualmente, manter a vacinação em dia e portar o CIVP contribui para a prevenção de surtos e a proteção das comunidades locais, alinhando-se às recomendações do Regulamento Sanitário Internacional da OMS. A ausência do certificado pode resultar na recusa de entrada no país, mesmo que o viajante esteja com o passaporte e visto em ordem.
Há também vacinas recomendadas que, embora não sejam obrigatórias, são importantes aliadas do bem-estar do viajante internacional e orientadas em consulta médica. Veja algumas delas:
- Influenza – recomendada para viajantes de todas as idades, especialmente quando o deslocamento é para regiões de clima frio ou em épocas de surto gripal. A gripe pode provocar febre alta, dores no corpo e evoluir para complicações respiratórias. No caso de pessoas com mais de 60 anos, está recomendada a vacina Efluelda, com concentração de antígenos superior à do imunizante indicado para os demais grupos da população.
- Pneumocócica – indicada principalmente para idosos e pessoas com doenças crônicas, essa vacina previne pneumonia, meningite e infecções graves.
- HPV – protege contra diversos tipos de câncer (colo do útero, garganta, ânus, entre outros) e verrugas genitais. Idealmente aplicada antes do início da vida sexual, mas também recomendada para adultos que ainda não foram imunizados.
- Herpes Zoster – indicada para pessoas acima dos 50 anos, previne o surgimento do chamado “cobreiro”, que pode causar dor intensa e prolongada.
- Hepatite A – protege contra o vírus da hepatite A, transmitido por água e alimentos contaminados.
- Tríplice viral – protege contra sarampo, caxumba e rubéola. Diversos países do mundo estão vivendo surtos de sarampo e estar protegido contra este vírus altamente transmissível é importante para evitar o adoecimento e a reemergência do vírus no Brasil;
- Meningocócica – previne a meningite meningocócica. Viajantes para regiões como o cinturão de meningite na África precisam desta vacina. Além disso, imigrantes que irão se hospedar em dormitórios em ambientes fechados e grandes aglomerações podem se beneficiar da vacinação.
- Vacina contra raiva – raiva é uma doença 100% letal, transmitida pela arranhadura ou mordedura de mamíferos infectados. Viajantes que se deslocam para áreas remotas, com contato direto com animais, devem ser vacinados com esquema pré-exposição de raiva, facilitando o manejo após acidentes de risco, com necessidade apenas de reforço da vacina após mordedura ou arranhadura.
- Febre tifoide – protege contra infecções por Salmonella typhi, transmitida através de água e alimentos contaminados e causadora de doenças como diarreia até formas graves de infecção do sangue.
- Vacina contra dengue – protege viajantes que se deslocam para áreas endêmicas com transmissão do vírus, como alguns países da África, América do Sul e Ásia.
Riscos de não se vacinar
Ignorar essas vacinas pode colocar em risco não apenas o viajante, mas também a população local do destino. Estar adequadamente vacinado protege o país de destino da reintrodução de doenças como sarampo e poliomielite. Já a falta de vacinação contra a gripe ou a pneumonia, pode levar a hospitalizações em plena viagem e a infecção por HPV ou herpes zoster pode comprometer seriamente a qualidade de vida, mesmo sem sintomas imediatos.
“O viajante prevenido consegue aproveitar a jornada com mais segurança e tranquilidade. Além disso, estar com a vacinação em dia pode evitar problemas na imigração ou até mesmo a recusa de entrada no país de destino”, reforça o Dr. Bon.
Planejamento é tudo
Para viajar com segurança, o ideal é buscar informações com antecedência em fontes confiáveis, como o site da Anvisa ou do Ministério da Saúde, e consultar um profissional de saúde. Alguns imunizantes exigem mais de uma dose ou um período de carência para surtir efeito.