SP: Memórias Póstumas de Brás Cubas estreia e retrata um Brasil sem projetos

O anti-herói Brás Cubas é símbolo do homem burguês, sem escrúpulos e sem ética, e nos revela a continuidade de um comportamento oportunista que persiste no Brasil desde o século XIX. Este é o ponto de partida para contar as Memórias Póstumas de Brás Cubas, em cartaz de 20 de julho a 29 de setembro no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo. O texto, adaptado pela diretora Regina Galdino e interpretado em formato de musical cômico pelo ator Marcos Damigo, enfatiza a trajetória do personagem como metáfora do Brasil sem projeto.

Brás Cubas, o “defunto autor” criado por Machado de Assis, é um aristocrata medíocre, mas mesmo assim consegue, através do riso e da sedução, conquistar a empatia do público. Ele pertence a uma elite aventureira, dividida entre o desejo liberal e a prática escravocrata. A montagem traz uma visão moderna do romance baseada na carnavalização e salientando seu aspecto cômico-fantástico. A encenação realiza uma “conversa” entre quatro artes: o teatro, a literatura, a dança e a música, estas duas últimas especialmente ligadas à alma e à cultura brasileiras.

Em um solo vibrante, Marcos Damigo vive um Brás Cubas bem-humorado, irreverente, egoísta e amoral. Com uma narrativa não linear e fiel à obra original, o ator dialoga com a plateia, canta, dança, discorre sobre seus envolvimentos amorosos e episódios de sua vida enquanto passeia pelas agruras da sociedade de seu tempo. “Para um personagem imprevisível como Brás Cubas, em cenas ora sérias, ora cômicas, ora musicais, a concepção brechtiana da direção exige do ator experiência, despojamento e versatilidade”, afirma Regina Galdino.

O monólogo traz à tona toda a atualidade deste livro genial de Machado de Assis, oferecendo ao público um olhar agudo sobre a sociedade brasileira do século XIX. A equipe conta com profissionais já conhecidos da cena paulistana: Damigo, que acaba de protagonizar Dom Casmurro em outra peça adaptada de Machado de Assis; o diretor musical e arranjador Pedro Paulo Bogossian; Mário Manga, que assina a música original; e Fábio Namatame na criação do figurino.

Regina Galdino assinou e dirigiu, em 1998, uma montagem desta mesma adaptação da obra do célebre escritor carioca que repete a parceria de sucesso com Manga, Bogossian e Namatame. Interpretado por Cássio Scapin, o espetáculo recebeu vários prêmios e elogios da crítica.

 

Inscreva-se

Nossos colunistas

467 POSTS
1426 POSTS

Colunas

Vício em descongestionante nasal: o alívio que pode virar armadilha

Os descongestionantes nasais são uma solução comum para quem...

Tontura constante? Seu estilo de vida pode estar por trás do problema

Quando se fala em tontura, muitos pensam imediatamente em...

Vacinação em dia é cuidado essencial de proteção e segurança em viagens internacionais

É fundamental reforçar a atenção para os cuidados essenciais...

Artigos populares

28º Festival das Cerejeiras Bunkyo – Sakura Mats

Evento gratuito acontece ainda no próximo final de semana,...

Dubai: experiências inesquecíveis para toda a família

Para os fãs de adrenalina, Dubai é lar de...

Blue Tree Hotels lança 14º Japan Experience e 11º Lins Fest e celebra 130 anos de amizade Brasil-Japão

Evento realizado no Blue Tree Paulista reforçou os laços culturais entre os...

Sexo no frio: médico dá dicas para esquentar a relação no inverno

O médico sexologista, Dr. João Borzinho, também listou alimentos...

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui