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Esclerose Múltipla, doença inflamatória crônica que afeta 3 milhões de pessoas no mundo

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No Brasil são estimados 40 mil pacientes. Tratamentos e tecnologias avançam. Engajamento do paciente é fundamental.

A Esclerose Múltipla, doença inflamatória crônica que gera danos nas células do sistema nervoso: os neurônios, acarretando o surgimento de sintomas característicos, como: perda de sensibilidade, formigamento, dormência, fraqueza muscular, dificuldade de locomoção, tremores, problemas visuais, problemas cognitivos, entre outros.

De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2013, a Esclerose Múltipla (EM) é uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, afetando o cérebro e a medula espinhal. Atualmente, cerca de 3 milhões de pessoas em todo o mundo têm EM. Estima-se que no Brasil, cerca de 40 mil pessoas vivem com a enfermidade, que costuma acometer frequentemente adultos jovens na faixa etária entre os 20 e 50 anos de idade, principalmente mulheres.

A doença é causada por uma combinação de fatores, incluindo predisposição genética e fatores ambientais, tais como infecções virais, deficiência de vitamina D, tabagismo e obesidade. Segundo o neurocirurgião do Hospital das Clínicas, Dr. Kleber Duarte, a Esclerose Múltipla pode causar dor, perda de funções e de habilidade. Sem cura, a EM pode ser progressiva e demandar muitos anos de tratamento.

O médico explica que existem alguns sintomas decorrentes da Esclerose Múltipla, que vão exigir um tratamento especializado. Há a possibilidade de surgir um tremor que pode ser intenso e difícil de tratar. “Já tivemos que operar pessoas com Esclerose Múltipla que apresentaram esse tremor. O surgimento da tecnologia de Ultrassom Focado, o HI-FU, permite que a interrupção das vias nervosas que causam o tremor possa ser realizada sem invadir o crânio. É um grande avanço no tratamento para essas pessoas.”, avalia.

Outra queixa importante é a dor na face provocada pela neuralgia do nervo trigêmeo, explica o especialista. “Às vezes a medicação não é o suficiente para controlar os sintomas e procedimentos podem ser realizados, principalmente a Ablação do Gânglio do Nervo, por meio da punção com uma agulha e eletródio e a aplicação modulada de radiofrequência. Este procedimento pode ser feito usando-se técnica de neuronavegação guiada por Tomografia e/ou Ressonância Magnética.

A Radiocirurgia também pode ser um recurso nestes casos. Portanto, há diversas opções de tratamento e todas devem ser pensadas em conjunto: médico, paciente e família. “Os tratamentos medicamentosos disponíveis para Esclerose Múltipla buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo dos anos, contribuindo para a redução do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Não há um único tratamento que sirva para todos os sintomas”.

As possibilidades de tratamentos praticadas em vários países –  que têm embasamento científico e comprovação clínica, estão aprovadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e disponíveis no Brasil. “O intuito da ciência é desenvolver melhores tratamentos, para oferecer conforto e alívio dos sintomas; neste quesito houve grandes progressos, avanços no tratamento, visando não somente o controle, mas também focando na possibilidade de cura”.

Mesmo ainda não havendo a cura para Esclerose Múltipla, os tratamentos disponíveis podem modificar o curso da doença e certos cuidados são essenciais para manter a qualidade de vida. Descansar quando em fadiga, realizar atividade física regularmente, manter a alimentação saudável e equilibrada, evitar situações exageradas de estresse e calor excessivo.

Cerca de 85% dos casos de esclerose múltipla é conhecida como surto-remissão ou remitente-recorrente, devido aos chamados surtos que melhoram após o tratamento (ou espontaneamente). Geralmente ocorre nos primeiros anos da doença que podem ter recuperação completa ou deixar sequelas.

Os neurologistas e neurocirurgiões que se dedicam a este assunto têm muito a acrescentar. “Tenho pacientes muito bem controlados e com mínimos sintomas e sequelas, mesmo após décadas de diagnóstico, com tratamento bem conduzido. Fazer o acompanhamento com um bom médico e uma escolha adequada de tratamento, de forma individualizada, faz diferença no bem estar dos pacientes”, finaliza o neurocirurgião.

Fonte: Dr. Kleber Duarte – médico neurocirurgião com quase 30 anos de experiência na área de neurocirurgia funcional e dor. Atualmente, coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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