Beleza e história se encontram em Bonito (PE)

SAMSUNG CAMERA PICTURES

Pensar em um destino de ecoturismo no estado de Pernambuco é lembrar da cidade de Bonito. Situada a 136 quilômetros do Recife, o município chama a atenção pelas belezas naturais e vistas paradisíacas, privilégio para os quase 38 mil moradores locais.

Até o final do século 18, a cidade era coberta por imensas florestas e estava situada na área que abrange Quilombo dos Palmares. Um registro tradicional diz que ela foi descoberta quando caçadores, vindo de regiões próximas, encontraram um riacho de águas cristalinas e um deles teria exclamado: “Que rio bonito! ” E depois todos começaram a fazer referência à região como a área do “rio bonito” e serviu de orientação para suas andanças. Logo depois, a cidade passou a ser chamada de Bonito.

Acontecimentos históricos

O município foi palco de grandes acontecimentos registrados pela história, um deles foi a Revolta do Quebra-Quilos. Ocorrida em 1874, a luta deu-se pela mudança do antigo sistema de pesos e medidas para as unidades de metro, centímetro e quilo, de acordo com a Lei Imperial de 1872. Pela superstição dos nordestinos da área rural, o metro e o peso eram representações do demônio e a tentativa e sua adoção criou entre o povo a ideia de que estavam sendo enganados pelos comerciantes.

Outra e extremamente característica da região foi o movimento político-messiânico chamado de sebastianismo. Uma herança lusitana e fruto de uma crença de Dom Sebastião, que virou rei no século 16 aos 14 anos, e aos 24 morreu num combate africano conhecido como Alcácer-Quibir. O rei morreu em uma época em que Portugal precisava se firmar política e economicamente. Seu corpo não foi identificado em meio aos mortos, o que levou seus súditos a formularem histórias e mitos.

O messianismo político-religioso de Portugal ressurge deturpado e violento no interior de Pernambuco, três séculos depois. Em Bonito foi chamada de a revolta da Serra do Rodeador (ou Rodeadouro) – a primeira manifestação sebastianista coletiva do Brasil, e envolveu de 200 a 400 pessoas que, armadas, aguardavam o retorno de dom Sebastião. Os fieis acreditavam que o rei ressurgia quando o movimento chegasse a mil manifestantes. Temendo uma ameaça maior, o governo reagiu e a população foi massacrada por tropas governamentais em 1820.  A emancipação da cidade começou a acontecer apenas em 3 de julho de 1895.

 

Maravilha pernambucana

Saindo do viés histórico, Bonito tem encantos convidativos para turistas que apreciam uma cidade pequena, gastronomia típica, aventuras e religiosidade.

A começar pelas belezas naturais. Suas cachoeiras estão entre as sete maravilhas pernambucanas, representando o conjunto das mais belas quedas d’água do estado. A mais visitada é a Véu da Noiva. Tem 35 metros de queda d’água e atrai pessoas de todas as idades. É possível descer até o pé da cachoeira fazendo rapel e é opção inevitável para quem curte muita adrenalina. A aventura é acompanhada por instrutores muito bem preparados. No total, são oito cachoeiras para visitação com quedas d’água bem variadas. A região também oferece trilhas, trekking e arvorismo e outros esportes. Há hotéis-pousadas que dispõe de atividades e cachoeiras sem precisar sair de lá. São 21 quilômetros de estrada que dão acesso às atividades que satisfaz o desejo de se aventurar.  Na gastronomia, ressalta-se os deliciosos alfenins à base de cana de açúcar e o licor chamado de “Amor de Mãe”, com sabor bem suave e uma receita guardada a sete chaves.

É evidente a religiosidade da cidade.  A padroeira é a Nossa Senhora da Conceição e o padroeiro, São Sebastião. As festividades do santo, que acontecem em janeiro, atraem milhares de pessoas vindas de várias cidades, principalmente do estado. A igreja de Nossa Senhora da Conceição é um cartão-postal da cidade. Um dos lugares que chama muito atenção na região é a capela Nossa Senhora de Monte Serrat. Ela foi construída bem no alto, onde é possível ver a extensa área verde e urbana, um belo visual do pôr-do-sol. O curioso é a localização. Há uma história em que o santuário foi construído por uma moradora, a senhora Zózima de Lucena Carneiro. Em um manuscrito de 1981, ela conta que, durante um sonho, avistou Nossa Senhora e como prova de que a imagem era um milagre e não um sonho, todas as velas da região (antes sem luz elétrica) foram apagadas e os montes começaram a mudar de lugar. A partir daí, começou o esforço da senhora Zózima de construir a capela com a imagem da santa no pé da montanha. Hoje é um dos pontos turísticos expressivo da região.

Do Japão para Bonito

Bonito foi o único lugar que recebeu os imigrantes vindos diretamente do Japão. O ano era 1958, logo após a segunda guerra mundial. Eles foram trazidos para trabalhar na agricultura e abastecer os mercados do Recife. Como a eficiência dos japoneses, eles conseguiram desenvolver a cidade através da atividade agrícola e consequentemente absolveram novos conhecimentos e hábitos e ao mesmo tempo procuravam preservar as características da sua cultura. Os plantios se diversificavam com tomate, beterraba, couve-flor e as flores. Este último se tornou um atrativo turístico e deu à cidade o título de Cidade das Flores.  Hoje, entre as culturas agrícolas exploradas estão inhame e milho.

 

Serviço

Alfa Adventure

Facebook – www.facebook.com/alfa.rapel

(81) 99637.3837

(81) 99821.3894

Inscreva-se

Nossos colunistas

456 POSTS

Colunas

Vida sexual na terceira idade ainda gera dúvidas nos homens

A chegada da terceira idade é uma fase repleta...

O que comer para ganhar massa muscular? Especialista esclarece!

Um plano alimentar balanceado, rico em proteínas, carboidratos e...

Artigos populares

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui