Após 64 anos da morte de Eva Perón, mulheres ainda morrem por conta do câncer de colo de útero avançado

A triste combinação de diagnóstico tardio e a falta de opções de tratamento matou a líder política argentina Eva Perón, com 33 anos, em 1952, vítima de um câncer decolo de útero com metástase no pulmão. O cenário de 64 anos atrás é uma realidade na rotina das brasileiras que tratam o tumor maligno no colo do útero, que é o terceiro tipo de câncer mais frequente na população feminina e a quarta causa de mortes de mulheres por câncer no país. O Câncer de Colo do Útero é o terceiro mais comum em mulheres brasileiras e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), serão 16.340 novos casos em 2016.

Entre 1944 e 1948, 70% das mulheres, na Argentina, eram diagnosticadas em estágio II ou III da doença. Em pleno 2016, o número é parecido no Brasil. Atualmente, segundo as estatísticas do INCA (Instituto Nacional do Câncer José Alencar), apenas 44% das mulheres são diagnosticadas na fase inicial da doença, o restante, 64%, ainda descobrem a doença na fase avançada.

Na época de Eva Perón, na Argentina, cerca de 60% das mulheres no estágio I da doença tiveram uma sobrevida de 5 anos. Nos estágios avançados da doença, a proporção caia para 30%. No Brasil, para a Dra. Daniela Freitas, médica oncologista do Hospital Sírio Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o conhecimento insuficiente da doença e das ferramentas para sua prevenção e tratamento justificam as altas taxas de incidência, morbidade e mortalidade no país. “A demora do diagnóstico e do tratamento dificulta o controle do câncer de colo de útero. A falta de acesso ao  tratamento adequado, como cirurgia com especialistas, radioterapia e novos medicamentos para  casos avançados, também impactam significativamente a mortalidade e morbidade pela doença. Por este motivo, são necessárias iniciativas para criar um sistema mais eficiente para o rastreamento e tratamento do câncer de colo de útero” ressalta a especialista.

Aceitação da doença

Em 64 anos, uma das mudanças mais radicais foi a forma que a doença é tratada pela sociedade. Muitas teorias apontam que Eva Perón morreu desconhecendo o diagnóstico de câncer. Naquela época, a doença era escondida pelas famílias para maior conforto do enfermo. Especialistas acreditavam que os pacientes não respondiam bem ao tratamento e perdiam as esperanças ao saber que tinham um tumor maligno.

Atualmente, os médicos reafirmam que a motivação do paciente ajuda no combate à doença, principalmente, por evitar a depressão, que dificulta a resposta do organismo ao tratamento. “Somos claros e objetivos quando falamos o diagnóstico. É antiético escondê-lo do paciente.  Porém, mesmo nos casos mais graves e irreversíveis, há tratamentos disponíveis para combater o tumor, com perspectiva de acrescentar tempo e qualidade de vida ao paciente”, afirma Dra. Daniela.

Entenda a gravidade do câncer de colo do útero

Este é um problema mundial, mas os números mostram que, no Brasil, a situação é ainda mais grave. Muitas mulheres não conhecem os riscos da doença e nem a importância de fazer exames preventivos, como o Papanicolaou. Entre mulheres em situação de pobreza ou que vivem nas Zonas Rurais, a situação é pior. No mundo, mais de 270 mil mulheres morrem por ano em decorrência do câncer de colo do útero. No Brasil, a mortalidade do câncer de colo do útero é 2 vezes maior do que em países desenvolvidos. São 5.430 mortes ao ano, uma morte a cada 90 minutos.

 

 

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